Entre 2002 e 2009, as despesas com habitação de uma pessoa sozinha subiram de 34,8% para 35,4% do seu orçamento. Acima da média das famílias, que foi de 29 para 29,2%.
Apartamento de solteiro, decorado com atenção para os detalhes, nada fora do lugar, mas tudo vem com um preço. Para o arquiteto Rafael Zampini, acomodar financiamento, condomínio e IPTU com os outros gastos não é fácil. "Tem mês que você tem que olhar bem ali, dar uma enxugada daqui e dali, não pode extrapolar, é uma coisa que você está sempre ligado."
O Rafael tem razão em se preocupar. Quem mora sozinho, além de não ter com quem dividir as despesas, proporcionalmente, gasta mais que uma família em dois itens importantes do orçamento: habitação e saúde.
Entre 2002 e 2009, as despesas com habitação de uma pessoa sozinha subiram de 34,8% para 35,4% do seu orçamento. Bem acima da média das famílias, que foi de 29% para 29,2%.
A média do gasto com saúde para quem mora só também foi maior: em seis anos, passou de 5,8% para 6,8% do total das despesas. Contra uma média de que foi de 5, 7% para 5, 9% do orçamento das famílias.
Economistas acreditam que pessoas que vivem só foram mais penalizadas com o aumento desses custos porque se multiplicaram. Nos últimos dez anos, esses moradores passaram de 8,6% para 12,1% da população. A oferta de imóveis menores não acompanhou esse crescimento, os preços subiram.
O professor de economia da Fundação Getúlio Vargas, William Eid, diz que as pessoas que moram sozinhas devem ser sempre mais prudentes que os outros. "Você imagina um jovem de 23, 24, 25 anos que foi morar sozinho, tropeçou, deixou de pagar o aluguel, o nome vai ficar sujo, isso é difícil depois de limpar, vai dar trabalho pra ele arrumar emprego, pra ele se colocar novamente. Então tenha cuidado, veja como é que você pode se garantir, talvez morar com um nível um pouquinho menor, pra ter uma chance de acumular reservas seja mais legal."
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