Esquadrão 'anti-gatos': Bahia dispensa dupla de atletas
com idade adulterada
Investigação interna detectou que dois jovens da cidade
de Santo Antônio de Jesus, no interior do estado, que treinavam no Tricolor
eram "gatos"
Nesta semana, o Bahia dispensou dois garotos das divisões de
base por conta de fraudes de documento e adulteração de idade. A investigação
começou em 2011 e somente agora foi concluída. Nesta quinta-feira, o
coordenador de divisões de base do Bahia, Newton Motta, concedeu uma coletiva à
imprensa e falou sobre a dispensa dos dois garotos.
- O que aconteceu é que agora tivemos a confirmação de que
dois garotos que atuavam na categoria 1998 tinham idade irregular. Um deles era
o Geovani, que na verdade se chama R*. Ele chegou aqui com a certidão de outra
pessoa. Um menino franzino para idade dele, e isso dificulta ainda mais. Ele,
que é meia direita, tinha 17, mas a documentação era de 14 anos. Fizemos exames
científicos e toda uma investigação com pessoas de cartórios e de Santo Antônio
de Jesus, que é de onde ele veio. Mas não podemos pegar um jogador que é
titular do time e mandar embora, porque corríamos o risco de sofrermos um
processo. Eu recebi a denúncia de uma pessoa de Santo Antônio e, nesta
apuração, descobrimos que o Romilson também tinha esse problema. O Romilson é
um volante, mas na verdade se chama R*. Esse era “gato” de dois anos: tem 16 e
dizia ter 14 – explicou Motta.
O diretor informou que o Bahia comunicou a decisão de
dispensar os garotos aos seus responsáveis e afirmou que o caso será analisado
pela polícia.
- Depois que recebemos a comprovação oficial da adulteração,
chamamos os responsáveis e comunicamos da decisão de dispensar esses atletas.
Agora isso é caso de polícia. Os dois vieram para o Bahia através de peneiras.
O Romilson fez uma peneira, enquanto o Geovani fez um teste aqui no Fazendão e
foi aprovado. Os cartórios foram alertados e vão tomar providências jurídicas –
disse.
Motta lamentou o ocorrido, que classificou como
'desagradável'. No entanto, ele admitiu que é uma situação complicada e que, em
um primeiro momento, os clubes estão vulneráveis a estas fraudes. De acordo com
o diretor, a denúncia é fundamental para impedir adulterações.
- O Bahia tem quase 300 atletas na base. Após 48 horas da
confirmação da irregularidade, eles já não tinham nenhum vínculo com o clube. A
todo o momento é descoberto um jogador assim em algum clube. É uma praga que
está melhorando. Atualmente, não tem um clube grande que não ligue para
cartório para pegar informação. Isso é algo que constrange e arranha a imagem
dos clubes. É algo extremamente desagradável. Quem sabe se outro garoto da
idade que ele dizia ter não tenha sido mandado embora porque ele ficou com a
vaga? A denúncia é importante. Porque dificuldade para descobrir é grande. Além
disso, o jogador que hoje se destaca porque tem uma idade irregular, vai ter
uma queda no nível do seu futebol quando nivelar na parte tática com os outros
com 18, 19 anos – contou Motta.
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