O juiz
federal Sérgio Moro mandou soltar os nove presos temporários da 26ª fase da
Operação Lava Jato. O prazo das prisões venceu neste sábado (26). Eles devem
ser soltos assim que os advogados chegarem à Superintendência da Polícia
Federal (PF) em Curitiba com os mandados de soltura. Os primeiros presos
começaram a sair por volta das 17h.
A mais
recente fase da Lava Jato investiga o “Setor de Operações Estruturadas” da
Odebrecht, que, de acordo com a polícia, se tratava de um departamento
exclusivo para o gerenciamento e pagamento de valores ilícitos. A operação foi
baseada na delação premiada de Maria Lúcia Tavares, ex-funcionária da
empreiteira que atuava no setor.
Na
quinta-feira (24) o juiz Sérgio Moro decretou sigilo sobre o andamento desta
fase da Operação, denominada “Xepa”.
Planilha vai
ao STF
No despacho,
Moro também informou que vai mandar a planilha contendo citações de doações
feitas para políticos ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi apreendido na casa de
um funcionário da Odebrecht. No entanto, o juiz reiterou que ele atuava em uma
área da empresa diferente da que fazia doações com pagamentos ilícitos.
Por essa
razão, Moro pontuou que a planilha ainda merece uma análise mais detalhada
sobre o conteúdo. Para ele, é necessário verificar primeiro se as doações foram
feitas ou não e se a origem delas pode ser ilícita.
Foram presos
temporariamente:
1) Antônio
Claudio Albernaz Cordeiro - operador.
2) Antônio
Pessoa de Souza Couto - subordinado a Paul Altit.
3) Isaias
Ubiraci Chaves Santos - envolvido na confecção das planilhas e das requisições
de pagamentos.
4) João
Alberto Lovera - executivo da Odebrecht Realizações Imobiliárias.
5) Paul Elie
Altit - chefe da Odebrecht Realizações Imobiliárias.
6) Roberto
Prisco Paraíso Ramos - chefe da Odebrecht Óleo e Gás.
7) Rodrigo
Costa Melo - subordinado a Paul Altit.
8) Sergio
Luiz Neves - diretor superintendente da Odebrecht subordinado a Benedicto
Barbosa Júnior é o chefe da Odebrecht Infraestrutura.
9) Alvaro
José Galliez Novis - diretor da Hoya Corretora de Valores e Câmbio Ltda.
Responsável pela entrega do dinheiro no Rio de Janeiro e São Paulo.
A 26ª fase
ainda teve expedidos quatro mandados de prisão preventiva. Apenas um deles,
contra o executivo da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares, não foi cumprido.
Segundo a PF, ele está no exterior e é considerado foragido.
Estão presos
preventivamente:
1) Hilberto
Mascarenhas Alves da Silva Filho - executivo da Odebrecht.
2) Olivio
Rodrigues Júnior - sócio da empresa JR Graco Assessoria e Consultoria
Financeira Ltda. O nome dele constava na agenda de Maria Lucia Tavares.
3) Marcelo
Rodrigues - é irmão de Olívio ligado a off-shores Klienfeld Services, utilizada
pela Odebrecht para pagar propina a agentes da Petrobras.
26ª fase
A
força-tarefa da Lava Jato afirma que a Odebrecht tinha uma estrutura
profissional de pagamento de propina em dinheiro no Brasil. A empresa, ainda
conforme a investigação, tinha funcionários dedicados a uma espécie de
contabilidade paralela que visava pagamentos ilícitos. A área era chamada de
"Setor de Operações Estruturadas".
O Ministério
Público Federal (MPF) afirma que os pagamentos feitos pela Odebrecht estão
atrelados a diversas obras e serviços federais e também a governos estaduais e
municipais. Dentre elas está a construção da Arena Corinthians, segundo o
procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
A estimativa
é de, ao menos, R$ 66 milhões em propina distribuída entre 25 a 30 pessoas.
Este valor, segundo a Polícia Federal (PF), estava disponível em apenas uma das
contas identificada como pertecente à contabilidade paralela da empresa.
Além do
estádio, a operação também investiga irregularidades no Canal do Sertão, na
Supervias, no Aeroporto de Goiânia e na Trensurb, do Rio Grande do Sul.
“Se chegou a
observar R$ 9 milhões de um dia para outro em dinheiro em espécie”, disse a
procuradora do Ministério Público Federal (MPF) Laura Gonçalves Tesser. Os
pagamentos ilegais ocorreram já com mais de um ano da Lava Jato em curso.
A fase teve
como base os depoimentos de colaboração de Maria Lúcia Tavares, que trabalhava
no setor da contabilidade paralela. Ela detalhou aos investigadores o
funcionamento dos trabalhos.
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