
Até setembro, o Mercado Modelo, no Comércio, passa por uma intervenção emergencial para requalificação. O objetivo é atrair para um dos principais pontos turísticos da cidade, além de visitantes de fora, os soteropolitanos. Durante as obras, o funcionamento não será interrompido.
Iniciada neste mês, a ação coordenada pela Secretaria Municipal de Ordenamento Público (Semop) tem a participação de vários órgãos da prefeitura. Inclui manutenções na parte física, como reforma de banheiros, correção de infiltrações, reparos no telhado, lavagem do tanque, revisão da parte elétrica, instalação de refletores e novos exaustores e troca de lâmpadas em LED.
A estimativa é que seja gasto mais de R$ 1 milhão. Há previsão de ser disponibilizada rede wi-fi no espaço, onde trabalham 263 permissionários. Para atrair público, a Semop quer implantar programação cultural no local, com apresentações teatrais e acústicas, performances e exposições. A programação foi feita pela Fundação Gregório de Mattos.
"A programação iniciará quando a requalificação estiver adiantada, o que deve ocorrer em julho. Queremos trazer o soteropolitano para o mercado. Hoje, o foco ainda é o turista", afirma a secretária Rosemma Maluf.
Há ainda a previsão de que o Mercado Modelo seja alvo de uma reforma maior, com investimento de R$ 500 mil. O recurso, segundo Rosemma, foi captado do Ministério das Cidades pela Secretaria de Cultura para contratação da empresa que fará o projeto executivo.
"A Fundação Mário Leal Ferreira fará a licitação para uma reforma expressiva. Há uma galeria na parte de baixo sem poder ser usada. A ideia é implantar ali um museu dos veleiros", adianta.
A presidente, Tânia Scofield, diz que a licitação será lançada em até dez dias. Por se tratar de edificação tombada, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o projeto requer cuidados específicos e estudo de danos.
"Não é um projeto simples. As instalações estão muito precárias por conta de falta de manutenção. É um projeto de recuperação e restauro do imóvel", conta. O prazo para que projeto executivo fique pronto é de cerca de sete meses. Em seguida, a obra de restauração deve ser licitada.
Transferência
Desde o dia 2 de março último, a gestão do Mercado Modelo cabe ao município, por meio da Semop. Antes, era com a Associação dos Comerciantes do Mercado Modelo (Ascomm).
Rosemma afirma que, ao assumir a gestão, encontrou o mercado com problemas como vazamentos no telhado, ausência de videomonitoramento, manuseio e armazenamento inadequados de alimentos, entre outros.
"A situação estava muito precária. Pilastras ocupadas com mercadorias expostas, extintores com roupas na frente. Estamos com um plano de ação para a requalificação", ressalta.
Vendas
A comerciante Olívia Abib, 53, conta que as vendas caíram cerca de 90% nos últimos dois meses. Diz que a intervenção é positiva e aponta a climatização como uma grande necessidade local.
"O mercado é muito abafado. Os turistas reclamam. O soteropolitano não costuma vir. Meu marido tem esse boxe há mais de 50 anos. Nunca passamos por tempos tão difíceis", diz.
A vendedora Márcia Ferreira, 35, trabalha há oito anos no local, onde o acúmulo de poeira sobre os boxes e fiação exposta são visíveis: "Aqui precisa melhorar tudo, limpeza, aparência e organização. Até agora, só vi mudança na iluminação".
"O mercado está esvaziado. Já vim outras vezes e era mais movimentado", diz a professora Patrícia Silva, 42, que mora em Recife e visita a Bahia pela quarta vez.
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