
O programa Fantástico, veiculado
pela TV Globo, mostrou cenas que intrigaram e causaram impacto no público. No
pátio da penitenciária de Tremembé, Suzane Von Richthofen e Anna Carolina
Jatobá, ambas condenadas por crimes bárbaros e cruéis, andavam e conversavam
descontraidamente. A narração de Valmir Salaro trouxe a informação mais
chocante: Suzane agora é pastora evangélica e prega entre as detentas do local.
Além de Suzane, outros condenados
por crimes hediondos também revelaram que se converteram, entre eles, Anna
Carolina Jatobá, o goleiro Bruno Fernandes, o ator Guilherme de Pádua, para
citar os mais conhecidos. Em comum, eles têm na ficha policial crimes contra
membros da própria família, pais, enteadas e namoradas.
“Não há como determinar se a conversão
de uma pessoa é verdadeira ou não, pois isso é de ordem interior e espiritual”,
segundo o apologista e doutor em Filosofia das Religiões Alex Belmonte. Segundo
ele, o real convertido pode ser conhecido por suas obras e frutos, e que só com
o tempo esses fatores podem ser observados.
Já a notícia de que alguns deles se
tornaram pastores, Belmonte diz que não acredita no sucesso de líderes
religiosos formados sem a estrutura acadêmica e espiritual necessária.
Para o estudioso, é necessário não
somente um curso teológico ministrado por mestres teólogos experientes, mas
também um conteúdo teológico, o exame realizado antes de assumir o ministério
e, principalmente, o tempo e experiência na jornada cristã.
Ele explica que o termo “pastor”
hoje em dia se tornou objeto de status, o que leva a distorções no uso do
termo. “Isso leva muitas vezes a gerar um pastor que não pastoreia, um bispo
que não conhece o episcopado, um apóstolo que não é enviado”. Segundo ele,
entre as denominações que ainda zelam por ter uma estrutura e boa formação de
seus ministros estão a batista, presbiteriana, wesleyana e alguns assembleianos
de nova geração.
Tomada de decisão
O fato de uma pessoa estar presa
muitas vezes à leva a refletir seriamente e tomar decisões quando está no
cárcere. “É a hora de tomar decisões e fazer escolhas forçadas pelas
consequências violentas das decisões e escolhas erradas do passado.” Ele
explica que o detento tem muitas possibilidades de escolha, entre elas se
converter a Cristo. Mas isso significa que também pode optar em continuar
fazendo escolhas erradas. Outras “conversões” podem ainda possuir caráter
meramente temporário, pois são baseadas na emoção.
No caso de desvios de caráter ou
mesmo problemas de ordem mental, ele diz que o poder do Evangelho pode tirar a
pessoa da escravidão do pecado, pois ela se torna livre para ser um canal de
bênçãos para a sociedade. Mas o discipulado e a assistência pastoral são
fundamentais para tratar a pessoa nos campos espiritual e psicológico. “E é
justamente isso que Jesus fez: cuidou da saúde mental e espiritual das
pessoas”, resume
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