terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cuidado você que esta de mala pronta pra ir á São Paulo.



 Baixa qualidade do ar pode 




provocar doenças graves


A emissão de gases dos sete milhões de veículos da capital não diminui só a qualidade, mas o tempo de vida do paulistano.

Em algumas regiões do Brasil está difícil até respirar. Por causa do tempo seco, tem muita gente tossindo. Um estudo feito em São Paulo mostra que a baixa qualidade do ar pode provocar doenças ainda mais graves, como doenças circulatórias - enfartos e derrames.
Um pesquisador da USP descobriu uma relação preocupante: quanto mais ruas em um bairro, maior a chance de ter um problema desses.
Quando a janela é aberta a poluição invade o apartamento de João, que mora em frente a uma das vias mais movimentadas de São Paulo. “Problema de garganta, de respiração, respirava muito pouco. É péssima a situação”, lamenta João Batista do Carmo, aposentado.
“Aquelas pessoas mais sensíveis podem ter irritação no nariz, a chamada rinite, podem ter tosse. A pessoa que já tem asma ou propensão para alteração pulmonar, ou também a fumante, pode ter bronco espasmo, chiado no peito, ela pode sentir. Mas a maioria não sente nada, é algo absolutamente silencioso”, explica Luiz Antonio Machado, professore de cardiologia da USP.
A emissão de gases dos sete milhões de veículos da capital não diminui só a qualidade, mas o tempo de vida do paulistano. “A redução de expectativa de vida média em São Paulo pela poluição que nos temos hoje é ao redor de três anos. Três anos é bastante, não porque todo mundo vai viver três anos a menos. É que muitas pessoas vão morrer muito mais cedo e vão puxar essa média para baixo”, afirma Paulo Saldiva, professor da USP.
Um pesquisador da USP resolveu medir os efeitos da poluição em São Paulo de uma maneira diferente. Ele comparou a quantidade de ruas e avenidas da capital com o número de mortes provocadas por doenças do aparelho circulatório. Descobriu que quanto maior o número de vias em uma região, maior a taxa de mortalidade por AVC e infarto
“Esse tipo de estudo é importante para mostrar o quanto as pessoas que residem próximos as vias movimentadas, elas estão expostas à poluição atmosférica”, fala Mateus Habermann, autor da pesquisa.
A área do centro da capital com mais ruas, foi a que apresentou a maior taxa de mortalidade: 8,6 mortes por grupo de mil habitantes.
“O que é lamentável é que quando a gente faz um estudo de impacto ambiental para uma estrada, a gente leva em conta o entorno das florestas, animais, ou seja, qualidade de vida desse ecossistema. Mas uma cidade pode tudo. Você desvia o trafego pra uma determinada região ou faz uma nova avenida, duplica a avenida, então é como se as pessoas que estão morando do lado não tivessem importância”, diz Saldiva.
 

Nenhum comentário: